POETAS 10ENGA VETADOS 6 : PERMISSÕES - Ana Paula Pardal - Rj

ANA PAULA PARDAL

atriz e poeta

São Gonçalo - Rj.

*

PERMISSÕES

Quando me pegas

no pescoço

pego também

no fogo

e pago o preço

permissível

de apagar a luz

enquanto 

piegas

não poupas meus cabelos

Quando me pactuas

peco também

nos teus pêlos

e padeço no gosto potável

do teu paladar

enquanto 

patrão

não poupas meus poros

num pleno gesto

pleonástico

Quando te permito

permites também

o teu fogo

e permites o prazer

desse jogo

e permites pane

na partida

sem me poupar o zelo

enquanto

paciente

poupo meu apego

sem pegar

no teu pé

**********

POESIA REEDITADA - ALFREDO CHLAMTAC FILHO - RJ

POESIA REEDITADA

ALFREDO CHLAMTAC FILHO

Edições no Seio da Mãe Natureza

1997

*

FOLHA DA TERRA Nº 25 # ALFREDO CHLAMTAC FILHO - Itaboraí - Rj

FOLHA DA TERRA

ANO VI Nº 25 1991

EDITOR 

ALFREDO CHLAMTAC FILHO

ITABORAÍ - RJ

*

FOLHA DA TERRA Nº 24 # ALFRDO CHLAMTAC FILHO - Itaboraí - Rj

FOLHA DA TERRA 

Nº 24 ANO VI 1991

EDITOR ALFREDO CHLAMTAC FILHO

ITABORAÍ - RJ

*

POETAS 10ENGA VETADOS 5: Alfredo Chlamtac Filho # Antonio Cabral Filho - Rj

FOLHA DA TERRA

ANO V Nº 23

EDITOR ALFREDO CHLAMTAC FILHO

ITABORAÍ - RJ

*

O HOMEM SEM RETAGUARDA

Caminha por uma cidade

o homem sem retaguarda.

Seu chão, seu caminho,

suas ilusões

e suas necessidades

em busca dum clarão.

As costas voltadas

para o norte ou para o sul

seus músculos são só perplexidade,

carência de tudo

de todas as coisas.

Da sua mão, num reflexo

pode surgir uma pomba,

pode arrebentar a paixão.

Nos seus olhos brincam duendes

perdidos no meio da aflição.

Se acontecer uma saudade,

se o coração precisar de ajuda,

como avançar?

*

POETAS 10ENGA VETADOS 4: Alfredo Chlamtac Filho # Antonio Cabral Filho - Rj

FOLHA DA TERRA

ANO V Nº 22

EDITOR: ALFREDO CHLAMTAC FILHO

ITABORAÍ - RJ

*

O ET LADRÃO

1 ( NA RUA)

O ASSALTO

A MÃO NO BOLSO

A FALTA DE ATENÇÃO

O MEDO DO TIRO

A CORRIDA NA ESCADARIA

A LOUCURA NA ESCURIDÃO

O LANCE RÁPIDO

O MOVIMENTO NA RUA

A PROFUNDA REFLEXÃO

2 (EM CASA)

A COR

A COLORAÇÃO

PAZ ESPIRITUAL

BEM ESTAR

APESAR DO SUSTO

UMA BRISA AROMÁTICA

UM CHÁ DE CAMOMILA

*

POETAS 10ENGA VETADOS 3 : Alfredo Chlamtac Filho # Antonio Cabral Filho - Rj

FOLHA DA TERRA

ANO V Nº 20 1990 ITABORAÍ - RJ

EDITOR:  ALFREDO CHLAMTAC FILHO

*

PALAVRAS DE DESPEDIDA

palavras de despedida ontem

lírios banhados de sol

navegam esteiras campesinas

entre ondas floridas cerceadas

passaremos, vôos ligeiros

pássaros anunciando chuvas

nas terras condenadas

ao improdutivo semear

do vento contido

pelo arame farpado

imensamente espinhoso

colorido constante

da paisagem brasileira.

palavras de despedida hoje

livros trazidos à baila

teorias entranhadas no arame

presas em estacas marciais

postadas nos longes latifúndios

que cercam as cidades iluminadas

impossibilitando a contemplação noturna 

da lua, das estrelas, do terror

frio tortuosa das negativas 

ao clamor esfomeado

daqueles ansiosos por justiça.

- bem aventurados, vinde a mim!

palavras de despedida amanhã

acompanham poema-correio

anúncio avançado aos vindouros

parturientes experimentados no ser

certezas da nova vida-dia

não mais progresso sem liberdade!

não mais povo sem progresso!

não mais terra sem povo!

***

POETAS 10ENGA VETADOS 2: ALFREDO CHLAMTAC FILHO - Antonio Cabral Filho - RJ

FEIRA

revista dos poetas independentes

Ano I Nº I

Editorial

PEQUENA HISTÓRIA DA FEIRA DE POESIA

Flávio Nascimento

*

BOLSA DE VALORES

" Karl Marx, observador profundo da razão das misérias humanas e do destino dos homens, estudou as formas de assentar o mundo sobre novas bases, despertou os adormecidos  e lhes ensinou o modo  de lançar por terra as estruturas quebradas." José Marti .

É A QUEDA

TUDO EM BAIXA

BERRAM IDIOTAS NO PREGÃO:

- KARL MARX TEM RAZÃO! KARL MARX TEM RAZÃO!

A ESTRUTURA CAPITALISTA RANGE

                                                                ESTREBUCHA

                                                                                       ESTREMECE.

O MÉXICO GEME

A ARGENTINA SAMBA

O BRASIL TANGA

*

POETAS 10ENGA VETADOS : 1 - Alfredo Chlamtac Filho # Antonio Cabral Filho - Rj

Alfredo Chlamtac Filho,

de camisa social azul, no dia

do lançamento da nossa coletânea.

*

A RAIZ DO ESTÔMAGO

acabei de almoçar

portanto

não só existo

como sou um felizardo

no paraíso do país

do rouba mas faz

acabei de almoçar

o processo criativo

nesse instante

é como uma correria desabalada

mexe com a raiz do estômago

falam nos novos tempos

em mexer nas estruturas arcaicas 

latifúndio fome desemprego

mas por enquanto é só retórica

*

POETAS 10ENGA VETADOS # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

POETAS

10

enga

VETADOS

OGR ANTONIO CABRAL FILHO

Edição dos Autores

1995

*

SELETA CURUPIRA TEXTO Nº 20 # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 20

ORG ANTONIO CABRAL FILHO

Letras Taquarenses Edições 2014

RJ

*

TEXTO

Morte

muda

rainha dos disfarces

me resta pra ti

bater

palmas

em cada show

ganhas um expectador

apresentas o espetáculo

único ato

ou quantos quiser.

Mas não tira o disfarce, morte

fica o personagem

tu, morte

tiro

acidente

doença

corte

morte cega

não escolhe palco

quando menos se espera

fecha a cortina

blecaut!

Inevitável estrela

só me resta pra ti

palmas.

ANA PAULA PARDAL  - RJ

*

ENTRELINHAS AGESC Nº4 # ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

ENTRELINHAS

Boletim Informativo da AGESC

Associação Gonçalense de Escritores

Ano III Nº 4 Novembro 1995

Editores

Antonio Cabral Filho

Uíres Marins

*

ÚLTIMA EDIÇÃO
do boletim, uma vez que aqui a proposta de criação de uma entidade que aglutinasse escritores gonçalenses estava comprovadamente fora de questão. Não foi falta de talento da equipe fundadora. Ao longo de dois anos, Antonio Cabral Filho, Uíres Marins, Denoir Souza, Ana Paula Pardal, Méri Cardoso, entre tanta gente boa e ativa culturalmente, realizamos dezenas de eventos como recitais, musicais, lançamentos de livros, proferimos palestras em congressos, seminários sobre produção cultural, oficinas literárias etc, enfim, talento na tentativa de construir uma entidade que promovesse a produção literária gonçalense, não faltou. Faltou sim, do meu ponto de vista,  compreensão política dos criadores de cultura  para entenderem a grandeza do projeto. É justamente por isso que a maioria dos escritores morrem no ostracismo, porque lhes falta politização suficiente para entenderem a importância de se organizarem enquanto categoria social, para a partir daí adquirirem representação, seja frente à sociedade, seja frente ao estado e, sobretudo, frente à sociedade civil, aonde podem ir angariar recursos para veicular a sua produção.
Sem isso, babau!
No entanto, não se trata de desqualificar o trabalho de ninguém, mas nós jamais faríamos uma entidade para EXPLORAR quem quer que seja. Parabenizamos o trabalho de Academia Gonçalense de Letras e Artes, mas infelizmente, ela serve apenas a um reduzidíssimo grupo de amigos e a isso se restringe. Isso nós jamais faríamos e se assim o quiséssemos, bastava registrar a nossa entidade e começar a agir como se representássemos alguma coisa. É aí que reside o perigo. O que o Brasil tem de ONGs que se restringem a realizar as aspirações de um "capo" não tá no gibi!

x

SELETA CURUPIRA TEXTO Nº 19 * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 19

ORG ANTONIO CABRAL FILHO

Letras Taquarenses Edições 2014

*

PEDRA

Pedra

que te quero

pedra

pedra lascada

pedra polida

pedra negra

da Mesquita de cabra

pedra verde

da muiraquitã de Macunaíma

pedra da funda

de Davi contra Golias

pedras " sans-culote "

da comuna de Paris

pedras douradas do cais

de João Cândido

atire a primeira pedra

não em Madalena

mas em Pilatos

pedras pra tirar

a pedra do meio do caminho

pedras do caminho de Pedro

e Jesus sobre as águas

pedras do bogotazo

e do cordobazo

pedras de 68 e de 87

pedra, tu és povo

e contigo um mundo novo se erguerá!

JOÃO BATISTA DE ANDRADE - NITERÓI-RJ

OBS:  O JB de Andrade publicava seus poemas

sob o codinome de PERI MONJOLOS.

***

O INFELIZ GARIMPEIRO DE SÓIS - JOSÉ RIBEIRO E SILVA - RJ

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 18

ORG ANTONIO CABRAL FILHO

Letras Taquarenses Edições 2014

***

O INFELIZ GARIMPEIRO DE SÓIS

Ei-lo pelas ruas da cidade, aos trambolhões

carpindo na escuridão da vida a sina amarga.

Anseia pela luz, tortura-se, padece humilhações

levando n'alma  sonhos lindos que a noite esmaga.

Sinto-o como um faiscador de preciosas gemas

que na existência inteira busca a pedra rara.

Mas eis que o Destino atroz lhe coloca algemas

aprisionando as mãos que na inércia esbarra...

O seu mundo é um infinito de funérea sombra

e o seu anelo maior é encontrar e amar a luz.

Ah! Se eu pudesse arrancar-lhe da escuridão que assombra!!

Ah! Se em diademas pudesse eu transformar-lhe a cruz!...

Sabes de quem fala, amigo, nestes tristes ais,

A minha alma, o meu peito, o meu dorido e angustiado ego?

Não?... Pois confesso compungido, em traumas abissais:

......................................................................................

JOSÉ RIBEIRO E SILVA - RJ

Obs.: JRS deixou-me o poema acima assim, incompleto,

não forneceu dados pessoais nem formas de contato.

*

SELETA CURUPIRA TEXTO Nº 17 - LUIS ENRICO TEJERA LISBOA -SP

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 17

ORG ANTONIO CABRAL FILHO -Rj

Letras Taquarenses Edições 2014

***

PORQUE ESPERAR!

Meu povo está trêmulo,

na noite fria de sua solidão.

Eu tenho frio,

mas sorrio tranquilo

porque transpus montes

outrora intransponíveis

e sei que haverá amanhã

e um sol

uma luz

e uma esperança

feita realidade

Não me assustam as trevas

nem os fantasmas

que vêm nos seios delas;

porque sei que haverá uma aurora

e todos nós teremos paz.

Não temo o frio desta noite

nem temo esta noite

porque há outros como eu

conhecedores companheiros

no presente e no futuro

porque esta unidade

é mais que um contemplar metafísico;

supõe uma luta!

Não surgirá do nada.

Nós a construiremos

com nossa história,

com nossa experiência,

com nossas limitações e esperanças,

com nossas consciências!

Não temo o frio desta noite

nem temo esta noite

porque estou a esperá-la

com a certeza da vitória!

LUIS ENRICO TEJERA LISBOA - SP

* LETL é o primeiro desaparecido político cujos restos mortais foram encontrados em covas aleatórias no Cemitério de Perus-SP, durante as buscas pelas vítimas da ditadura militar do Brasil, realizadas durante o Governo de Luiza Erundina como prefeita.

***

ENTRELINHAS # Antonio Cabral Filho - RJ

ENTRELINHAS

BOLETIM INFORMATIVO DA AGESC

Associação Gonçanese de Escritores 

Ano II Nº 0 Junho 1995

Editor: Antonio Cabral Filho - Rj

*

NESTA EDIÇÃO

***

José Ribeiro e Silva - Rj, Denilson Carvalho Braga - Rj, Flávio Velasco - Rj,  Bruno Bezerra - Rj, Solano Trindade - Rj, Luis Enrico Tejera Lisboa - Sp e Antonio Cabral Filho - Rj.

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SELETA CURUPIRA TEXTO Nº 16 # Antonio Cabral Filho - RJ

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 16

ORG ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

Letras Taquarenses Edições 2014

*

RIOS DE MÁGOAS

À minha prima querida

Ana Maria

Naquele olhar cativante

que um adeus me deu

foram marcas profundas

que meu coração não esqueceu.

As mágoas foram tantas

e a desilusão maior,

ele partiu para sempre,

me deixando triste e só.

Chorei rios de lágrimas,

lágrimas de pura mágoa,

mágoa de puro amor perdido,

que nunca será esquecido.

Ele foi um amor querido,

que hoje infelizmente é passado,

só tenho rios de mágoa

e um coração arrasado.

Não sei quando

esse rio vai secar,

e esta ferida cicatrizar,

mas sei que eternamente

ele sempre irei amar.

Jacqueline A. de Aguiar - Mg.

***

SELETA CURUPIRA TEXTO Nº 15 @ ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 15

ORG ANTONIO CABRAL FILHO 

Letras Taquarenses Edições 2014

*

SONETO AO QUASE FIM DA PÁTRIA

Pátria, palavra no tempo esquecida,

tanto se fez, tanto se faz, que agora,

não restou quase nada do que outrora,

um dia, foi minha pátria tão querida.

Quanto VALE este chão todo encharcado?

( Sangue e suor de tantos brasileiros!)

A Mãe dos índios, seus filhos primeiros?

Quanto  VALE enfim este chão dourado?

Um Silvério traiu Tiradentes,

morto por nossos minérios defender,

nossa soberania e liberdade.

Mas Silvério deixou seus descendentes,

Sem-pátrias que da Mãe querem vender,

desde as entranhas à dignidade.

                                                   FRANCISCO ROBERTO VIEIRA - RJ

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http://letrastaquarenses.blogspot.com.br/p/francisco-roberto-vieirapoeta-antonio.html 

***

SELETA CURUPIRA TEXTO Nº14 * ANTONIO CABRAL FILHO - RJ

SELETA CURUPIRA

TEXTO Nº 14

ORG ANTONIO CABRAL FILHO 

Letras Taquarenses Edições 2014

*

A LÍNGUA PORTUGUESA

Aqueles que têm muita educação e estudo

podem julgar as cousas bem melhor que a gente,

enquanto eu, que sou ignorante em tudo,

costumo vê-las por um prisma diferente.

Espírito mais vivo devem ter e agudo,

percepção talvez mais penetrante e ardente,

capaz de captar acordes de veludo

e as belezas sem par do linguajar fluente.

Bilac achava a " flor do lácio inculta e bela ".

Eu, são os palavrões o que admiro nela,

que julgue cada uma as coisas como viu.

Não conheço expressão mais cheia de energia

do que a frase arrogante que se pronuncia,

quando se manda alguém à puta-que-o-pariu.

                                                                                                     ALFREDO SILVA - RJ

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