Ana Paula Pardal,
poeta e atriz fluminense.
*
INQUÉRITO
Ao flagrar meu olhar
investigou minha vida
suspeito de ser vítima
interrogou-me
deixou-me confusa
quase me fez confessar
no momento
em que entrei em contradição
no suspirar
não precisou de mais provas
falou-me de amor
e eu me entreguei
algemou minhas mãos
junto ao seu peito
sem saída
não tendo mais jeito
dei uma pista
roubei-lhe um beijo
sequestrei seu desejo
Após tanta tortura
prendeu-me nos braços
e na acareação
confirmou-me em sua vida
me julgou bandida
me condenou à paixão perpétua
com direito de ficar calada
a não ser quando for
pra falar de amor.
***
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