SELETA CURUPIRA
TEXTO Nº 11
ORG ANTONIO CABRAL FILHO
Letras Taquarenses Edições 2014
*
ARESTAS
Nas batidas frouxas do coração, imagino sinos ao longe,
ansiosos de alguém os escutar, como que mendigando.
Rolam pedras no semanário, e os pássaros ainda voam;
esvai-se de cansaço e fome na oval quadratura da terra,
e ainda há peixes nos mares; delira-se de ódio nas fronteiras;
e ainda há bandeiras brancas erguidas em cais sombrios
e sós.
O eco do grito é mudo como mudo é o tempo que passa
e nos avisa dos próximos delírios, da próxima escuridão,
das queimaduras, dos dias e da fumaça nos campos
ex-verdeados.
Batem sinos, e os escuto ainda que sozinho
que ainda sou menino
e me abstenho de entender a face oculta dos brilhos...
16/03/1976
BENÍCIO JUNIOR - RJ
*
Nenhum comentário:
Postar um comentário