SELETA CURUPIRA
Organização Antonio Cabral Filho
Letras Taquarenses Edições 2014
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CONSCIÊNCIA
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Andava pelas ruas
pensando nas andanças
glorificando o passado
e tanto a perguntar?
Da janela entreaberta
o doce riso das crianças
a vida só desesperanças
e tanto a perguntar?
Nascem as flores em verdes espaços
com elas os espinhos
que os homens usam para recuar
cai a dor em negra noite
e os verdugos insensíveis
reparam a invisíveis
e tanto a perguntar?
Cadê o sorriso lindo?
Cadê o coaxar de um sapo?
Cadê a linda
"morena de olhos de tamarindo?"
E eu caminho para o verdugo
que recuava as andanças,
estreitava as ruas,
mas ele era o comandante?
Glorificavam os anti-heróis
e negavam a história,
os risos eram dos comandantes
e as crianças choravam de fome
A janela fechou-se,
a vida é luta e esperança
E eu não perguntava?
Já sabia que as flores
já nasciam com perfumes,
que as dores seriam
as sementes do amanhã
e as sementes seriam
cultivadas em cada
consciência despertada
e o coaxar do sapo
seria para anunciar
não a morte do verdugo
mas a morte do comandante.
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